Uns querem apontar o dedo para que a culpa seja do Corinthians
que não cumpriu parte do protocolo contra a covid-19. Outros querem apontar o
dedo para que a culpa seja do Palmeiras que não cumpriu parte do protocolo
contra o novo coronavírus. Outros ainda querem apontar a culpa a Federação
Paulista de Futebol, responsável pelos protocolos de treinamentos e operações
de jogos – sim, são dois protocolos e bem diferentes. Agora a pergunta: e o
Governo do Estado de São Paulo, que aprovou os dois protocolos, e que abre
brechas? A maior culpa dessa “confusão” na véspera da final é do governo do Estado
de São Paulo, especialmente do Centro de Contingência do Coronavírus, e também
claro do governador João Doria Junior, que indicou as pessoas, e que adora
aparecer nos pontos positivos.
Toda atividade para retornar a partir de agora depende de
autorização do governo estadual, através do Centro de Contingência do
Coronavírus, que conseguiu a proeza de aprovar dois protocolos – o de
treinamentos e depois de operações de jogos, com ambiguidades e interpretações
diferentes. Era tudo que não se precisava para jogar futebol de forma segura e
especialmente para combater o vírus, pois o primordial é o combate ao vírus.
O protocolo de treinamentos prevê os testes para covid-19, de
24 até 36 horas antes do início do período de treinamentos por meio do teste na
orofaringe. Isso está na página 4. Antes
na página 3, o protocolo de treinamentos dá razão ao Palmeiras para não
confinar os seus jogadores de forma diária. “Todos envolvidos nos treinamentos deverão manter a
rotina apenas de casa-treino-casa, mantendo o isolamento social como premissa”.
O protocolo de treinamentos consegui uma
cópia através do site do Grêmio Novorizontino - http://www.gremionovorizontino.com.br/Protocolo-de-Retomada-Gradual-dos-Treinamentos-Campeonato-Paulista-Serie-A1_V7.pdf
.
Tudo bem
diferente no protocolo de operações de jogos. Das páginas 13 até 20 fala
diretamente das partidas. E não tem um ponto sobre os testes. O protocolo de
jogos pode ser conferido no site da Federação Paulista de Futebol - https://futebolpaulista.com.br/REPOSITORIO/INSTITUCIONAL/ESTATUTO/637297970659035230.PDF
O grande culpado é o Centro de Contingência do Coronavírus, através
de pessoas aprovadas pelo governador João Doria Junior, que deveria nessa
confusão sobre os exames ou não da covid-19, dividir a sua responsabilidade.
Pois é um momento complicado para a humanidade, como se aprova dois protocolos
totalmente diferentes, com praticidades diferentes, onde um obriga o exame, mas
não o confinamento; e outro obriga o confinamento e não o exame.
Outra parte é da Federação Paulista, que fez dois documentos
totalmente diferentes. Jogar a culpa nos clubes acho errado, pois ambos,
amparados por DOCUMENTOS fizeram o correto. Faltou um pouco de bom sendo de
ambos os clubes, pode ter sido, mas ambos, Corinthians e Palmeiras fizeram o
certo pelos documentos. Só que faltou bom senso. Mas não pode jogar a culpa nos
dois.
Era um momento que deveria se ter apenas uma única versão. Um
único lado. Só que a gestão do estado no combate do coronavírus que parecia que
seria boa no começo de março, se mostra em agosto um completo desastre, pois os
números de mortos diários no estádio ainda continuam na casa da centena.
Thiago Batista é jornalista e editor-chefe do Esporte Jundiaí
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