Na coletiva de imprensa, Paulista e Samuel mostram indignação com a FPF
Por Thiago Olim - Imagem extraída da PFC TV
Nesta quinta-feira, o diretor de futebol e jurídico do
Paulista, Marco Antônio Zuffo, e o lateral-esquerdo Samuel Sampaio, de uma
entrevista coletiva (realizada de forma virtual) para apresentar o lado deles (jogador
e clube) sobre a suspensão preventiva, aplicada de forma administrativa ao
Paulista e ao jogador por parte da Federação Paulista de Futebol, em
decorrência das investigações sobre a suspeita da manipulação de resultados em
jogos da 12ª rodada da Série A3, entre eles o jogo Paulista 2 x 3 Olímpia. E o
tom foi de indignação por parte da Federação Paulista de Futebol (FPF) sobre tudo
que vem acontecendo desde então, nos 50 minutos da coletiva (podem ser conferidos no fim da matéria)
O Paulista recebeu na quarta-feira comunicado de que foi
suspenso de forma preventiva das próximas competições organizadas pela
Federação Paulista de Futebol até o fim do julgamento final na justiça
desportiva. O clube está liberado para finalizar a sua participação na Série A3
deste ano, quando joga neste sábado contra o Velo Clube, em Rio Claro, às 15
horas. Samuel também foi suspenso de forma preventiva, mas de forma imediata,
por parte da Federação Paulista de Futebol até o fim do julgamento final na
justiça desportiva. Na coletiva, Samuel e Zuffo falaram quase sempre em tom de
desabafo. “Recebemos tudo com muita surpresa e indignados, pois todas as providências
que a Federação pediu o clube tomou”, comentou Zuffo.
Zuffo disse que o clube desconhece qualquer tentativa manipulação
de resultado. Ele disse que a investigação está sobre um site clandestino de
apostas, que não é regularizado. Ele lembrou que no dia 24 de setembro o clube denunciou
sobre a tentativa de suborno ao volante Magno Dourado sobre o jogo contra o
Desportivo Brasil, e que ele (atleta) fez um boletim de ocorrência sobre o fato,
dizendo que o clube está ajudando no que pode em tudo.
Na coletiva Zuffo disse que segundo o delegado Cesar Saad, da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva, que cuida da investigação, é sobre o pênalti marcado contra o Paulista, que ocorreu em toque de mão de bola do lateral Samuel. “O pênalti foi de bola expirada e a bola bateu na mão. O clube está sendo punido por um site clandestino e por um pênalti que muitos juízes não marcam”, comentou o diretor jurídico.
“Hoje quem tem que explicar é a Federação Paulista, para
tomar uma decisão desta para um clube centenário do Paulista tem que ter base e
espero que a Federação Paulista tenha base e me de subsídios para eu fazer o
recurso. Espero que a FPF nos dê mais subsídios para fazer recurso mais
competente sobre o caso”, finalizou.
Zuffo foi taxativo, em pergunta envidada pela reportagem do
Esporte Jundiaí, sobre quais documentos a Drade (Delegacia de Repressão aos
Delitos de Intolerância Esportiva) e a Federação Paulista enviaram o clube
sobre as acusações feitas a agremiação e ao atleta. “Nada”, responde de forma
direta.
Ele lembrou que o Paulista tomará todas as providências nas áreas
jurídicas especialmente ao atleta Samuel. “O Paulista não vai ficar quieto e
essa é uma instituição centenária. O Paulista é mais velho que a Federação
Paulista e exigimos respeito da FPF. Se tiver alguma prova nos apresente. O Paulista
não vai se sujeitar a esse tipo de situação”, disse.
“Você não joga o nome de um clube centenário numa situação
nessa. Temos 27 patrocinadores e não imagina o problema que está imaginando ao
Paulista Futebol Clube. O Paulista não vai se calar. Temos um jogo muito
importante contra o Velo no sábado. Juridicamente vamos tomar as providências contra
quem for preciso”, completou.
Surpreso com a punição administrativa
O lateral-esquerdo disse que recebeu a sanção parte da
Federação Paulista com muita indignação. “Achei um tanto leviano jogar o meu
nome quanto do Paulista e manchar a minha carreira, sabendo que não existe
nenhuma prova contra a mim e ao Paulista. Sai de casa aos 11 anos para ser
jogador de futebol nunca imaginei passar por isso, o que está me dando força
são os companheiros, que estão aqui acompanhando a coletiva. Não tem que ter
nada melhor a verdade ao nosso lado”, disse.
“Eu não fui abordado por site de apostas ou apostador. Não tem
nenhuma mensagem desde que cheguei aqui ou anteriormente sobre isso e me dá paz
para chegar aqui nessa coletiva que eu não tenho nada a esconder de ninguém e o
que for necessário limpar o meu nome e do Paulista faço. Abro meu sigilo bancário
e telefônico e deixei para o clube e investigadores do caso. Nunca nem apostei sobre
qualquer evento esportivo”, completou ele, dizendo que tem recebido ameaças nas
redes sociais.
O jogador ainda espera logo uma retratação da imagem dele por
parte da Federação Paulista e também do clube. “Eu nunca fui participante, se
tivesse recebido qualquer mensagem eu apresentaria a diretoria do clube. Não
existe prova nenhuma sobre mim. A entidade do Paulista é muito maior do que eu”.
Sobre o lance do pênalti, o jogador comentou que não ocorreu
falta no lance. “Se você pegar na Série A1 (do Paulistão), ou qualquer Estadual,
em lances de mão existem pênaltis até mais evidente e não tem nenhum tipo de
suspeita. Eu acredito que somente seja por causa do pênalti (que acusam ele).
Pois não recebi nada de proposta antes ou depois. Fica minha sensação de ser
bode expiatório sobre essas denúncias”, declarou.
“A bola bateu na minha mão junto com o peito e ainda tentei
fazer a rotação para a bola não pegar e imediato tiro a bola da nossa área. É uma
covardia pegar esse lance e pegar como desonestidade. Tem lances mais claros e é
isso que a Federação tem contra o meu nome e criar essa sanção”, completou.
Anulação do jogo Paulista 2 x 3 Olímpia
Perguntando se o Paulista poderia pedir a anulação do jogo
contra o Olímpia, e que ele fosse disputado novamente, Zuffo disse o seguinte: “Se
eu falar que sim seria incoerente da minha parte, pois não aconteceu nada do
jogo. Quero que me dê algum fato, pois hoje é zero a chance de anular a partida”.
O diretor jurídico do clube ainda comentou que a relação
entre o Paulista e a FPF é muito boa. “Sempre tivemos bom relacionamento com a
FPF, até mesmo na gestão do Rogério Levada e continuamos. Falamos com Reinaldo
(Carneiro Bastos, presidente da entidade), Mauro Silva (vice-presidente) e
departamento jurídico da Federação. Eu só quero que apresente as provas para o
Paulista possa se defender”.
Passagem de Cesar Saad no Jayme Cintra
Na semana passada, o delegado do Drade, Cesar Saad esteve no
Jayme Cintra, ao lado da doutora Mariana Chamelette Luchetti Cavichioli,
procuradora da 3ª comissão disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD)
e um representante da FPF. Na visita, eles falaram com Magno que repassou tudo
que registrou a eles conforme o boletim de ocorrência que ele efetuou no dia do
jogo contra o Desportivo Brasil e na sequência queriam conversar com o lateral
do Galo sobre o lance do jogo contra o Olímpia.
“Eles pediram explicações, por conta do pênalti marcado
contra o Paulista no jogo contra o Olímpia (por consequência saiu o 2º gol do
time visitante) e se o clube sabia algo e se poderia conversar com atleta
Samuel, que foi ouvido de forma imediata”, disse Zuffo. O diretor jurídico do
clube disse que foi o último contato do clube sobre o caso, e depois o que
ocorreu foi o comunicado administrativo que ocorreu na última quarta-feira. Ele
lembrou que a doutora Mariana Chamelette Luchetti Cavichioli no dia da visita
parabenizou o clube pela sua postura de ser transparente.
“É o único clube que a procuradora nos falou parabenizando pela coragem de ter levado ao atleta delegacia e que nenhum clube no futebol brasileiro fez isso”, disse. Zuffo comentou ainda que a polícia de Jundiaí já faz tempo localizou e entregou o aliciador e parece que já ouviram o aliciador. “A gente ainda não teve acesso ao processo criminal, mas parece que não tem nada contra o Paulista”, finalizou.
