Muito mais do que levar uma medalha para casa é superar as
barreiras, sabendo que – por trás de cada uma delas – existem muitas histórias
a serem descobertas e contadas. E assim é a história de Carlos Henrique da
Silva, de 38 anos, atleta faixa branca de Jiu Jitsu, da academia Checkmat de
Jarinu.
O jovem sagrou-se campeão, no dia 4 de dezembro do AJP Tour
Rio de Janeiro, competindo pela categoria Classe C, que é como designam as
pessoas que são amputadas de perna. Ele lutou com faixa azul da Grace Barra.
Segundo o atleta, que começou a treinar há um pouco mais de
dois anos, por indicação de um amigo “o Jiu Jitsu é uma arte que muda a vida da
pessoa logo na sua primeira aula”. Sorridente ele conta que possui três
medalhas de ouro, dos três campeonatos que disputou, e completa que “a
deficiência esta nos olhos de quem vê. Nossa superação de limite é diária”.
Orgulhoso, seu treinador, Renaldo Bueno conta que o atleta é
responsável, não perde nenhum treino, e não se sente diferente de ninguém, por
sinal cobra que o treino seja parecido – ou até mesmo igual. “Para mim é uma
experiência muito boa esse desafio, de treiná-lo, porque ensinando a gente
aprende, mas apesar da deficiência, ele faz o treino normal com exceção de
alguns movimentos que temos que adaptar para as condições dele”, e conclui que
ele não é o primeiro aluno, que na cidade de Várzea Paulista tem um outro aluno
com deficiência auditiva e a comunicação é feita por sinal”.
“Estamos aqui para incluir e não para excluir, e não há
melhor caminho do que o esporte para que isso aconteça”, finalizou Renaldo.
Por Thiago Batista de Olim - Foto: Divulgação