Após dois dias depois de muita pressão para que a bola não parasse de
rolar, enfim a pressão sucumbiu. O esporte profissional coletivo vai parar em São Paulo,
inclusive o futebol das Séries A1, A2 e A3 do Paulistão. O governador de São
Paulo João Doria Junior anunciou nesta quinta-feira a paralisação da realização
das atividades esportivas profissionais entre 15 e 30 de março. Essa medida afeta
todas as competições desportivas que são profissionais, entre elas o Campeonato
Paulista de futebol masculino, que neste momento está em ação as três séries. Isso
ocorre com a implantação da fase emergencial e começa a valer a partir deste sábado.
O jogo do Palmeiras contra o São Caetano, atrasado da 1ª rodada do
Estadual, marcado para esta quinta-feira, às 19h, pode ocorrer, como todos os
jogos do final de semana das Séries A1, A2 e A3. As partidas entre 15 e 30 de
março do Estadual de futebol masculino e das demais modalidades coletivas programadas
para ocorrer no estado deverão ser todas canceladas, ou adiadas para uma nova
data, ou até mesmo serem disputadas fora do estado de São Paulo.
O Centro de Contingenciamento implantou novas medidas restritivas, até
mesmo aos serviços considerados essenciais. Tudo para evitar um colapso ainda
maior no sistema público de saúde de todo estado de São Paulo. Atividades
religiosas coletivas foram suspensas no estado. Serviço de retirada dentro do estabelecimento
em todos os setores está proibido entre 15 e 30 de março – inclusive para
alimentos – apenas drive-thru e entrega em casa de alimentos.
Também na fase emergencial o tele-trabalho obrigatório para os órgãos públicos,
escritórios e qualquer atividade desde que o setor não seja essencial. E foi implantado o toque de recolher entre 20h e 5h da manhã - a pessoa pode ser presa se não der uma justificativa plausível caso esteja fora de sua residência.
Subiu para 38 o número de pacientes com Covid-19 que morreram na fila de
espera por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no estado de São Paulo
nestes primeiros dez dias de março, de acordo com levantamento feito pelo G1 e
a TV Globo nesta quarta-feira (10). As mortes de pacientes que aguardavam
liberação de leitos intensivos ocorreram em cidades localizadas na Grande São
Paulo e no interior do estado. 53 municípios de São Paulo já estão com todos
os leitos de UTI ocupados. Na quarta-feira este número eram 32.
O estado registrou altos números de óbitos pela doença: na quarta, a
média diária de mortes por covid-19 no estado foi de 313 óbitos, recorde pelo
terceiro dia seguido. A taxa média de ocupação de UTIs em todo o estado, com
83%, também foi a maior de toda a pandemia, e o número de pacientes internados
chegou a 20,8 mil, outro recorde
A fase emergencial também afeta além do Campeonato Paulista de futebol
masculino nas Séries A1, A2 e A3, os jogos programados para o estado da Copa do
Brasil de futebol masculino sub-20 e adulto, Copa Libertadores de futebol
masculino e Brasileirão feminino – Série A1. A medida também atinge outras
modalidades, como os jogos de basquete de NBB, LBF e Ligas dos Campeões
masculina que ocorrem no estado e também de vôlei como as Superligas masculina
e feminina.
Na fase vermelha atividade esportiva amadora, até mesmo de competição,
como torneio de futebol amador estava proibido de ser realizado, e até mesmo
amistoso de vôlei entre amigos.
Doria se reuniu nesta quarta-feira pela manhã com Reinaldo Carneiro
Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), e com o Ministério
Público Estadual para ouvir todos os lados das respectivas versões. A FPF, por
sua vez, mostrou-se contrária à interrupção dos torneios com base em ‘critérios
científicos’, apoiada por uma onda de protestos de jogadores profissionais em
publicações nas redes sociais O governador não anunciou nada na quarta-feira.
Parecia que o esporte profissional, especialmente o futebol havia ganho a
batalha. Ledo engano, a política falou mais alto. Dória queria ter a notícia da
quarentena ainda mais rígida como centro de atenções e não dividir a notícia
com discurso de Lula, que ocorreu na manhã de quarta-feira.
Essa será a segunda paralisação do futebol em menos de um ano. De 16 de
março de 2020 para cá, quando o Estadual foi interrompido após a disputa do
dérbi campineiro entre Guarani e Ponte Preta, a bola não rolou oficialmente em
São Paulo por mais de quatro meses – a retomada só aconteceu em 22 de julho.
Com recordes diários de mortes, superlotação dos leitos em UTI, milhares de casos confirmados diariamente pela covid-19 e forte pressão do Ministério Público (MP-SP), o político confirmou a fase roxa e o endurecimento das medidas restritivas ao futebol e demais modalidades esportivas.
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