O futebol brasileiro na última semana acertou em cheio a regulamentação
para ser treinador de futebol, com a limitação de demissões e demitidos nos
clubes nas três séries principais do Campeonato Brasileiro. Para comandar um
time, a pessoa tem que ter uma formação mínima. Ser ex-atleta ou ter sido
jornalista por 50 anos vendo jogo atrás dos gols não lhe dá o direito de ficar
na área técnica. Para apitar um jogo de futebol idem, tem que ter formação.
Para ser atleta de futebol, precisa ter também uma “formação”. E vou explicar
isso no texto a seguir, para quem não entendeu o texto da última sexta-feira,
pois a interpretação de texto não é bem entendível.
Qualquer profissão, qualquer profissão. QUALQUER PROFISSÃO MESMO,
precisa de regulamentação. E não pode qualquer um ser jogador de futebol. Não
dá para admitir isso. Pois agora estamos a onda da “Youbatização”, que para mim
é uma “Idiotização” do futebol. E são pessoas que nunca chutaram uma bola na vida
de forma séria, em jogo que vale três pontos em competição amadora ou de base e
depois de grandinho quer ser jogador de futebol. Passe pela formação antes.
Para usar a nossa profissão, o jornalismo, uma pessoa tem que passar
quatro anos no banco de uma faculdade antes de ser um repórter, comentarista ou
narrador. Para ser jogador de futebol profissional existe algo parecido SIM. O
curso superior para ser definitivamente no futebol profissional podem ser duas:
o futebol de base ou futebol de várzea / amador, este último para quem começou
muito tarde por diversos motivos.
O futebol de base engloba várias categorias: os clubes esportivos que
fazem trabalho desde sub-9, 11, 13 ou 15 – sim, Corinthians, Palmeiras, Santos,
Paulista (quando não interrompe), Vasco, Flamengo, Fluminense e as escolinhas
de futebol – podem ser tanto pagas ou não. Estão trabalhando na formação do
atleta. Aqui ninguém discute quando um jovem sai nestas opções citadas nesta fase
é de fato um atleta e pode ser um jogador profissional.
A outra é o futebol de várzea / amador, onde em muitos lugares se vive
um ambiente de campeonato profissional. Uso o exemplo da cidade onde moro, que
é Jundiaí, onde o Campeonato Amador (apesar da queda de nível) e bastante
disputado e somente quem sabe jogar futebol se destaca. E muitos melhoram a sua
performance, se desenvolvem, melhoram suas habilidades jogando no futebol de
várzea / amador. Até aprendem fundamentos. Leandro Damião, Liedson são
exemplos. Para quem é de Jundiaí, Michelzinho, Felipe Augusto, Branquinho e Erik
Mamadeira ganharam oportunidades no Paulista.
Destes o Paulista poderia ter aproveitado melhor Michelzinho que tinha
bola para atuar na equipe profissional do Galo por muito tempo, pois mostrou o
mesmo brilho do futebol de várzea / amador nos seis meses que teve no futebol
profissional. Também vale pegar jogador do futsal para clube de futebol – temos
alguns casos, especialmente na transição de base para uma carreira profissional.
Agora Youtuber ou jornalista de uma hora para outra ser jogador
profissional, sem nunca ter jogado na base não posso admitir. Isso é avacalhar
o esporte. Além do caso do Resende com o Cartolouco, o São Bento quase inscreveu
um youtuber para jogar o Campeonato Paulista (que coincidentemente é filho do
treinador) e dois clubes negociaram para contratar um torcedor que é sósia do Gagigol,
o Gabigordo.
Agora a culpa maior é dos clubes de futebol, que permitem essa
bizarrice. Os clubes não sérios. Agremiações pequenas, que acham que isso
ganham uma pseudo-visibilidade.
Pseudo, pois clube esportivo ganha visibilidade com bons trabalhos
esportivos, que são vitórias, êxitos gigantes, classificações, ultrapassagens
de fases e títulos. Mirassol não está precisando disso me parece. Ganhou uma visibilidade
pelos seus méritos.
Por isso, clube de verdade que deseja ter visibilidade deve ter trabalho esportivo. Assim será comentado, ganhará torcedores. Torcedores reais. E não torcida virtual. E também atletas virtuais.
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